quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mudança de perspectiva?

1. O governo tem entre suas principais mentes pensantes a ideia de que a indústria é o principal motor para a economia prosperar de maneira saudável. Certamente o crescimento da produção industrial de 1,8% em abril (comparando-se com o mês de mar/13) resultou em lampejos de esperança de melhoramento da atividade industrial para o ano. Embora o acumulado nos últimos 12 meses esteja negativo (-1,1%), em 2013 o percentual está em 1,6%, segundo dados do IBGE.
2. O PIB do primeiro trimestral deste ano (0,6%) ficou aquém do esperado, o que fez a Fazenda repensar para baixo sobre o crescimento estimado para 2013. O resultado só não foi pior porque a agropecuária avançou 9,7%, em detrimento a retração de 0,3% da indústria.
3. No dia 4 último o governo federal lançou o Plano Safra, disponibilizando R$ 136 bilhões para o financiamento da safra 2013/14, o que representa aumento de cerca de 18% em relação ao plano anterior.
Embora se possa dizer que na caixinha de simpatias teóricas a indústria seja vista como a vedete da prosperidade econômica, fica evidente um maior redirecionamento de olhares para a agropecuária. A contribuição desta para segurar o PIB ultimamente tem feito o setor ganhar mais atenção governamental (embora, repito, não seja a vedete da caixinha de simpatias), aumentando também sua participação na composição do PIB. Merece ainda destacar a crescente participação do setor na balança comercial brasileira (ampliando consideravelmente a participação de produtos primários na pauta exportadora).
Diante disso, fica a dúvida, ao menos para este: as práticas do governo mostram que o velho debate indústria x agropecuária está sendo trocado pela ciência de que na atual conjuntura (interna e externa) os dois setores podem caminhar juntos?

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