terça-feira, 31 de julho de 2012

O fascínio da simplicidade

É engraçado como algumas coisas acontecem. Na verdade, como elas surgem. Você está seguindo uma linha, um raciocínio, desempenhando alguma atividade e como que no nada, inesperadamente, vale reforçar, aparece um fato que proporciona algo inimaginável. Bem, essa é grosso modo a dinâmica de muitas descobertas (de produtos e processos, por exemplo), mas quando se trata do rebuliço na massa cinzenta é algo mais deslumbrante.

Algo que é nada para um instiga no cérebro de outro uma agitação que faz brotar uma magia que leva e se eleva a níveis de certo tipo de êxtase, de fascínio por alguma coisa.

É incrível como o fato gerador de uma ideia, um sentimento, a mudança de olhar sobre alguma coisa surge a partir de um evento originário tão singelo, tão humilde e despretensioso.

É um cheiro novo percebido ao passar ao lado de uma planta com flores feias, mas que sua beleza não é para ser vista e sim sentida. E essa fragrância lhe remete a alguém ou alguma coisa. Não adianta querer a explicação de isso ter ocorrido, mas que aquele momento vai ficar marcado na massa cinzenta isso é certo.

É uma música que surge de forma imprevista em sua playlist e lhe envia a um patamar totalmente diferente daquele em que você se encontrava até ela aparecer. E a partir dela você transcende. “Ah, dane-se o estava tocando antes, nem lembro bem o que era!”.

Sei lá, sei não, mas a simplicidade tem um poder surpreendente de gerar coisas complexas. E, claro, não vou eu querer explicar isso.