sábado, 16 de julho de 2011

Caminho das pedras para ingresso no doutorado*

Como estamos em período onde vários editais de seleção ao doutorado em economia estão abertos (e também mestrado via Anpec), postamos a seguir algumas dicas que podem ajudar no seu processo seletivo e evitar frustrações.

Para seleção ao mestrado, as formas de seleção são mais comuns. Prevalece a seleção via prova da Anpec, mas alguns centros ainda têm a seleção interna, que geralmente passa por prova e análise do currículo e do histórico escolar e, em alguns casos, do projeto de pesquisa. Outra coisa é que a grade curricular geral entre os centros costuma ser mais homogênea do que no doutorado, então não tem tanto mistério na hora de escolher um centro.

No caso do doutorado, outras variáveis entram na equação de seleção.

1. Um ponto inicial que o candidato deve observar com atenção é em relação às correntes (econômicas) que prevalecem em cada centro. Pode ser muito bom ver seu nome na lista de aprovação de um centro renomado, mas pode ser frustrante se a corrente predominante no centro ir de encontro ao que você tem em mente (sentirá isso logo nas disciplinas). No economês, atentar se o centro é ortodoxo demais para suas pretensões mais heterodoxas, e vice-versa.

2. Mapeando os centros de seu grado em termos do que foi tratado anteriormente, é fundamental observar o quadro de docentes e suas especialidades. Dependendo da especificidade de seu projeto de pesquisa, pode ter dificuldade em termos de orientação, mesmo o programa oferecendo as disciplinas que você pretende cursar.

3. Sobre a forma de seleção, alguns programas fazem uso de todos os instrumentos: provas, análise de currículo e histórico, entrevista e análise do projeto de pesquisa. Outros processos seletivos dispensam as provas, outros dispensam entrevistas... Enfim, os critérios são mais diversificados que no mestrado, o que exige mais do candidato que resolva aplicar para mais de um centro. Consulte os centros no site da Anpec.

4. Alguns candidatos se perguntam qual o motivo de seu ótimo projeto não ter sido aceito, mesmo estando dentro das linhas de pesquisa disponíveis no programa (isso desanima qualquer um!). Em conversa com alguns professores, a explicação disso é que mesmo sendo um bom projeto e com pouca concorrência para a linha de pesquisa que foi submetido, a aceitação do mesmo depende da disponibilidade de professor para orientar. Explicando melhor: há professor no quadro para lhe orientar, porém o mesmo pode estar atarefado com outras coisas e não aprova o projeto por indisponibilidade de espaço na agenda para orientação. Geralmente professor que está coordenando vários projetos ao mesmo tempo; professor cedido para algum órgão fora da universidade ou que tem suas agendas de aula e pesquisa divididas com a direção da SEP, Anpec etc. Assim, é interessante tentar verificar se o seu provável orientador está com disponibilidade. Esse ponto não é tão importante, mas ajuda a explicar o motivo de um bom projeto ser recusado.

5. Por fim, algumas ações estratégicas. i) Procure mapear e inserir no seu projeto algumas bibliografias dos professores do centro de seu interesse, nada forçado (por favor!), apenas se tiver relevância para o projeto (isso será natural, caso você esteja interado das produções em sua área de interesse). ii) Submeter o mesmo projeto para vários centros diminui o trabalho do candidato, mas recomenda-se fazer pequenas alterações para deixar o projeto mais compatível com cada centro, mas essas pequenas alterações não devem interferir da ideia central do projeto. iii) Antes de submeter o projeto, solicite a um amigo da área ou professor fazer uma leitura crítica do mesmo. Correções e sugestões de bibliografias podem surgir. iv) Nos centros onde há aplicação de provas na seleção, procure conseguir as provas anteriores, isso lhe dará uma ideia do tipo de questão que é aplicada.

Se você tem outras dicas, compartilhe conosco no campo de comentários.

Confira no EconDados  os programas com editais abertos e ferramentas interessantes.

Boa sorte!

(*) Focado em Economia, mas as dicas mais genéricas podem ser de utilidade para qualquer área.

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