domingo, 19 de junho de 2011

A voz e o silêncio: entrevista com Milton Nascimento

Ele caminha sem pressa pela calçada, mesmo se bastante atrasado para o almoço. Entra tranquilo no Nativo, restaurante de beira de praia na Barra da Tijuca, que frequenta costumeiramente. Ninguém faz alarde com sua presença, como é de praxe no Rio, cidade onde famosos correm no mesmo calçadão que todo mundo. Aproxima-se da reportagem e é cordial, mas não sorri. Vai até o balcão e escolhe uma salada de milho, alface, ervilha, bacon e molho Caesar. Finalmente acomoda-se na mesa que o aguarda no fundo e espera. Não puxa conversa fiada. Milton Nascimento parece confortável no silêncio.
É Paulo Lafayette, seu empresário há dois anos e trabalhando junto há 12, a lançar o primeiro anzol. Comete uma indiscrição proposital ao sugerir que timidez é commodity farta na mesa, referindo-se à confidência da repórter que acaba de conhecer. Milton reconhece a manipulação pela cumplicidade e abre um sorriso generoso - para imediatamente retornar à posição inicial. Busca os olhos apenas de quem conhece - "Paulinho", como chama Lafayette, ou a assessora de imprensa Ana Paula Romeiro. Se acontece de os dois assistentes estarem distraídos com celular, cardápio ou garçom, o músico joga os olhos para o mar. O vento é solar nesta segunda-feira, como na música de Márcio e Lô Borges, dois de seus mais inspirados amigos. Milton vai dizer que fez muitas de suas músicas olhando para aquele pedaço de oceano - mas isso só muito depois.
"Antes eu gostava só de cantar e tocar, mas não de compor. Cantava música dos outros. Até me convencerem que eu tinha que fazer também"
O momento ainda é de silêncio, tão denso que daria para cortar com faca amolada. O homem de "dreadlocks" é Milton Nascimento, não precisa provar nada para ninguém nem facilitar vida de jornalista. A dificuldade é que não dá para iniciar uma entrevista com um dos integrantes do "quarteto de ferro de vertentes masculinas" (ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque, como cravou recentemente a versão nacional da "Rolling Stones"), perguntando por que ele se chama "Bituca" ou por que usa dois relógios quase idênticos, com a mesma hora, no mesmo pulso. Uma resposta é para buscar no Google e a outra para fazer na despedida. Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça com quem soltou a voz nas estradas em 1967 e produziu uma explosão de surpresa e júbilo no Maracanãzinho, em tempos em que no Brasil não era aconselhável soltar a voz em lugar algum.
Neste momento, contudo, quem emocionou a multidão cantando "Travessia" está aqui ao lado, comendo ervilhas.
Hoje é dia de show de Paul McCartney, Milton vai, talvez queira contar ao inglês sobre o lixo ocidental, então é bom correr. A votação do Código Florestal está na cabeça de todos nestes dias, vamos de floresta:
- Conta do Acre? Como foi que você foi parar lá?
Ele faz que sim com a cabeça enquanto pede uma Coca Zero sem limão e picanha grelhada, ao ponto. Está rompido o silêncio. Lafayette vai de atum com crosta e Ana escolhe salmão na grelha. O fotógrafo Leo Pinheiro elege a mesma coisa de Milton, não tanto por ser fã inconteste e mais por estratégia para poder fotografar o prato sem incomodar ninguém. A repórter pensa em se fartar de pão e esquece de fazer o pedido.
Divulgação

Nos tempos do Clube da Esquina

- O negócio é o seguinte: antes eu gostava só de cantar e tocar, mas não de compor. Cantava música dos outros. Até me convencerem que eu tinha que fazer também. Falei: "Bom, vou fazer, mas só se tudo o que eu disser for verdade, a minha verdade. Se não for assim, pra mim não interessa".
O "antes" é amplo em se tratando de quem acaba de guardar os óculos escuros. Passa, por exemplo, pela mágica poderosa que parece tocar o velho Edifício Levy, no centro de Belo Horizonte, no fim de 1963. Por ali viviam, na mesma época, os 11 irmãos Borges, o maestro Wagner Tiso, Milton Nascimento com 20 anos de idade, Beto Guedes ainda mais menino e muitos outros, em um embrião do clube mais famoso da música brasileira. "Antes" também define o tempo de tocar violão e cantar, rabiscando músicas na casa da família Borges, que o adotou como o irmão número 12. Bituca era magro, caladão e histriônico, falava "bicho" à beça e trabalhava como um "datilógrafo danado de colosso", nas suas palavras, nas Centrais Elétricas de Furnas. O retrato dessa fase está no delicioso "Os Sonhos não Envelhecem - Histórias do Clube da Esquina", de Márcio Borges - o "Das Baixinhãns", segundo Bituca.
A transição entre a casa dos Borges e os bares e bailes de Belo Horizonte começa de forma assustadora. Wagner Tiso monta um trio e consegue espaço para tocar, mas Milton tem que assumir o contrabaixo, mesmo sem ter um e sem saber como tocar - e o maluco é que dá certo. O pano de fundo desse início são os filmes de Truffaut e Godard, as canções de Gilbert Bécaud e Nico Fidenco no rádio de pilha, e mais João Gilberto, Maysa, Glauber Rocha. E o Brasil conturbado, em sua faceta mais truculenta e dolorida, já totalmente submerso no regime militar.
"Tem uma coisa que falo de Três Pontas. Você conhece, vamos dizer, 20 músicos. Aí passa dois meses sem ir lá e, quando volta, tem 56 novos"
O "antes" também é a época da glória, do Clube da Esquina, de álbuns antológicos, da parceria com Fernando Brant, das canções que foram a trilha de uma geração. "Fé Cega, Faca Amolada" era o hino de estudantes em explosão de hormônios e rebeldia, "Cais" pedia momentos mais introspectivos. Tem quem prefira "Sentinela" e quem pense que "Paula e Bebeto" é a melhor tradução daqueles dias. "Um Girassol da Cor de Seu Cabelo" era a opção "hipponga" junto com as coisas que a gente esquecia de dizer de "Trem Azul". Vieram os shows com Mercedes Sosa e discos junto a Sarah Vaughan, para citar apenas uma das estrelas do jazz seduzidas pela voz do brasileiro. Milton Nascimento saltava de Três Pontas para o mundo todo. Até hoje tem um megafã-clube no Japão e outro na Noruega ("Não me pergunte como, não sei"). Até o dia de uma consagração especial: Milton havia sido convidado a fazer um show em Copenhague, na Dinamarca. Uma bela hora, foi espiar o cartaz. Estava lá: Miles Davis - jazz; fulano de tal - rock; outro sujeito - blues; Milton Nascimento - Milton. Tudo isso é só uma amostra do que era o "antes".
Agora, diante do prato de bolinhos de aipim, Milton inicia uma longa narrativa sobre a jornada de 18 dias que fez ao Acre, há mais de 20 anos. A aventura começou em São Paulo, quando conheceu alguns índios na casa de amigos. Lembra-se bem do dia em que alguns xavantes começaram a cantar para ele:
- Aquilo mexeu com a minha cabeça. Aí resolvi fazer um trabalho na Amazônia, com índios, seringueiros e ribeirinhos.
Reprodução

ao lado dos pais adotivos, Josino e Lília: qualquer maneira de amor vale a pena

Esse pé na estrada na Amazônia foi no fim dos 80, época em que praticamente ninguém falava dos povos da floresta - a não ser em episódios dramáticos como o do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes, quando holofotes de todo o mundo iluminaram a pequena Xapuri e o Brasil meio que acordou para os conflitos na floresta. Milton Nascimento, carreira no topo, decidiu subir o sinuoso Juruá, afluente do Solimões, em barquinho que enguiçava ou sentado longas horas em canoa. Depois, aventurou-se ainda mais, entrando no misterioso rio Amônia. Dormia no "hotel do Macedo", como ele chama o acampamento de madeira e cipó que o guia seringueiro montava nas paradas do grupo - Milton faz uma inflexão na voz toda vez que diz "hotel", como se a palavra ganhasse aspas orais.
- Vocês montavam a rede e dormiam na mata, com todos os barulhos?
- Isso, com todos os sons da floresta.
Era a década das campanhas heroicas. O irlandês Bob Geldof lutava contra a fome na Etiópia produzindo o Live Aid. O inglês Sting se juntou ao cacique caiapó Raoni na batalha contra Kararaô (Belo Monte é sua versão moderna). Quase 50 dos maiores músicos do mundo gravaram "We Are the World" para combater a fome na África. Milton mergulhava na Amazonia, buscando inspiração para suas canções e procurando uma aldeia de índios pouco conhecidos, os ashaninkas. Eles se vestem com roupas longas, fisicamente exibem traços andinos. "É um povo que parece inca", explica.
Milton confessa ser ruim de datas (aconselha a cada um de seus mais de cem afilhados que telefonem no dia anterior a seus aniversários, o informem da data, e ele garante o parabéns no dia certo), mas carrega as lembranças de quem era. Lembra vividamente do pernoite ao lado da casa de um ribeirinho, em noite de lua e estrela. Ou de quando a canoa finalmente se aproximou da aldeia Ashaninka e do menino que surgiu em cima do barranco.
- Ele viu nossas canoas e pulou no rio, nadou bonito pra caramba. Fiquei bobo. Chegou do outro lado, andou floresta adentro e desapareceu.
O menino era Benki ("Benke", na canção que Milton dedicou a ele), filho do cacique e hoje jovem pajé. Uma forte amizade começou ali entre os dois e segue até hoje.
Folhapress

O “quarteto de ferro de vertentes masculinas”, segundo versão nacional recente da revista “Rolling Stones” nas fotos à esquerda: Milton Nascimento, Caetano Veloso, Chico Buarque (foto) e Gilberto Gil

Milton dedica respostas longas a cada questão. É difícil mudar de tema - com delicadeza ele volta ao ponto que pretende falar. Não se enquadra um poeta em uma hora de conversa - quem conduz a entrevista é ele, inclusive no ritmo, na fala pausada, nos longos intervalos. Alguém lembra que o jeito tranquilo do compositor falar remete à maneira que Thelonious Monk tocava. O monstro do blues ia administrando os silêncios, fazendo com que se integrassem à música, que fossem como notas. Suas pausas também tinham ritmo. Milton Nascimento fala como quem faz música.
Sabe-se pouco da vida desse carioca de Laranjeiras que foi se criar nas Gerais. Aos 2 anos, martelava o piano da casa dos avós, um predestinado já em 1942. A mãe de sangue morreu quando ele era pequeno, o pai biológico foi ausente. Milton foi adotado por Lília, a filha da madrinha, moça que havia estudado com Heitor Villa-Lobos. Lília casou-se com Josino, homem que gostava de inventar coisas, era radioamador e amava astronomia. Um telescópio em casa mostrava estrelas e planetas às crianças - influência fácil de perceber nas canções futuras. "Num trem de ferro, a nova família, Lília, Milton e Josino, seguiu para Três Pontas", lê-se no site do músico. O menino ganhou gaita e sanfoninha e passava horas na varanda completando com a voz as notas que faltavam na sanfona. Surgia ali o cantor.
Na casa da Lília e Josino não havia nada a temer, senão o correr da luta. O casal adotou três filhos - Milton, Fernando e Beth. Os dois menores são brancos, mas a família não fez distinção de nada e cuidou de todos com igual carinho. Depois de muito tempo, Lília engravidou e nasceu Jaceline. Cresceram todos no amoroso solar de Três Pontas que exalava perfume de dama-da-noite. Milton anda em bando até hoje. Ao Nativo, que indicou para este "À Mesa com Valor", vai sempre com irmãos, sobrinhos, assessores e quem mais chegar.
Milton quer falar uma coisa, mas não adivinha onde ela anda. De repente, lembra-se:
- Tem uma coisa que esqueci de falar. Quando a gente estava no barco e cruzava uma canoa, eles falavam "Txai". Achei bonito, perguntei ao Macedo o que era aquilo. "Txai quer dizer: mais que amigo, mais que irmão. A metade de mim que habita em ti e a metade de ti que habita em mim". Tudo isso em quatro letras. São mais que poetas. Virou o sentido do disco, o sentido de tudo.
"Txai", o álbum, está fora de catálogo e é difícil de encontrar. Por causa dele, Milton foi à festa do Grammy pela primeira vez, indicado para Best World Music. Ele diz que não queria sair da Amazônia e ao voltar para o Rio ficou 40 dias em choque. Esquece a carne no prato e fala do dia em que quase presenciou um empate, a forma de luta pacífica dos seringueiros de se deitarem no chão impedindo que as motosserras derrubassem as árvores. No caso, eram índios contra tratores. Quando chegou à cena de Avatar, viu índios de mãos dadas e máquinas saindo de cena. Supõe que os desmatadores souberam que ele andava por ali e se mandaram.
Flávio Florido/Folhapress

Milton Nascimento e Gilberto Gil

- Se a gente não está por lá, matam as pessoas. Passam com as máquinas em cima.
Ele come mais um pedaço de carne e a pausa é a deixa para passarmos da floresta a Três Pontas. O disco que acaba de lançar, "... E a Gente Sonhando", foi todo feito com gente de lá. Neste sábado, no Via Funchal, em São Paulo, Milton faz um megasshow, com coral no palco, abrindo nova turnê. Claro, vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser muito tranquilo.
- E esse disco novo, "E a Gente Sonhando"?
Há várias histórias por trás desse álbum bem produzido. A primeira é sobre a canção que dá nome à obra. Foi a segunda composição inteira que fez em sua vida. É a música que Milton fez para a rua Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, a preferida nas andanças daqueles jovens mineiros que queriam mudar o mundo.
- A gente andava por ela, parecia que estava em um sonho. Escrevi até um conto sobre essa rua, mas perdi. A sorte minha é que fiz a música.
Outra história tem a ver com o livro "The Brazilian Sound: Samba, Bossa Nova and the Popular Music of Brazil", de Chris McGowan e Ricardo Pessanha. Os autores fizeram um mapa, uma espécie de raio X musical do Brasil feito pelas capitais. Rio indica samba, Salvador sugere axé e assim por diante. Em Belo Horizonte, um traçado lembrando uma estrada leva a Três Pontas. O livro caiu na mão de Milton, que se surpreendeu.
- Levei um susto. Três Pontas ali, a única cidade mencionada que não era capital. Resolvi ir visitar meus pais e encontrei o Marco [Elizeo], com quem faço música desde criança. Mostrei o livro a ele e falei: Marco, e agora? Como é que vai ser? O Wagner [Tiso] e eu não estamos mais aí. E agora?
Folhapress

O compositor em festival de 1966, em São Paulo: Milton soltou a voz nas estradas em 1967, com seu primeiro disco, “Travessia”

O interlocutor resolveu levar Milton para jantar em um local distante. Chegando lá, foi surpreendido por dezenas de jovens músicos que tocavam rock, faziam "cover" de Pink Floyd e Rolling Stones, arrasavam. No dia seguinte, a mesma coisa, em outra fazenda.
- Lá dentro, na cozinha, que é o lugar preferido dos mineiros, estavam muitos músicos. Tocavam pra caramba. De vez em quando faziam um coro. Isso foi na noite que Marte mais se aproximou da Terra. Lembrei desse negócio e falei "Ihhhh. Marte e Três Pontas, alguma coisa vai dar". E deu.
A cada dia Milton descobria uma cena cultural nova e viva em Três Pontas, com músicos que brotavam pelos cantos. Chamou o povo para uma festa na casa de Jaceline e começou a pensar em gravar uma faixa de um CD seu com aqueles três-pontanos todos.
- Tem uma coisa que falo de Três Pontas. Você conhece, vamos dizer, 20 músicos. Aí passa dois meses sem ir lá e, quando volta, tem 56 novos. Cada vez é assim. Uma meninadinha com tudo.
Em Minas, diz Caetano Veloso no prefácio do livro de Márcio Borges, o caldo engrossa, o tempero entranha, o sentimento se verticaliza. Foi assim com Milton espiando o que acontecia por trás dos montes. A coisa foi tomando corpo, virou um disco inteiro. Escutou novas bandas e descobriu jovens talentos. A maioria dos músicos que toca em seu disco, coproduzido com Marco Elizeo, não tem 25 anos.
Leo Pinheiro/Valor

No Nativo: neste sábado, o cantor faz grande show em São Paulo para iniciar a turnê de seu novo disco

Milton tem pela frente uma fila de espetáculos programados. No dia 24, apresenta-se no Lincoln Center, em Nova York, e no dia seguinte participa do festival de jazz em Montreal, quase 20 anos depois da última vez em que esteve lá. No Brasil, vai abrir o Rock in Rio cantando a segunda parte de "Love of My Life". Na primeira parte quem canta é Freddie Mercury, o mítico vocalista do Queen, em imagens gravadas em 1985.
Ninguém quer sobremesa nem café. Milton atravessa devagar a avenida e comenta que não conhece Paul McCartney pessoalmente. Foi ao show do Beatle em São Paulo e à noite irá de novo. Tem também almoço marcado para o dia seguinte com Antonio Banderas, a pedido do espanhol. "Ele é louco para conhecer o Milton", diz Ana Paula. Quando fez o filme "Imagining Argentina", Banderas ouviu alguém cantarolando uma música no set e se encantou. Era "Maria Maria". Informado de que a canção era de um brasileiro, pegou o telefone e ligou para Milton, que liberou a trilha. Desde então, quer conhecer Bituca e agradecer.
O empresário busca seu carro e para em plena avenida Lúcio Costa, enquanto o fotógrafo procura aproveitar a luz de começo de tarde. Milton está sorridente, mas é sempre indecifrável. Caetano não poderia ter descrito melhor - "sua atmosfera a um tempo celestial e triste, sua aura mística e sexual". Um casal espera o fim da sessão e corre para a tietagem - autógrafo e clique. Lafayette vai se transformando em personagem de Almodóvar. "Chega! Ele tem que descansar!", ordena.
Milton se levanta, alcança a caminhonete e senta-se. Está fechando a porta quando uma mulher surge do meio da rua, gritando seu nome, um papel na mão. "Milton, Milton", repete a esbaforida. "Sou fulana, corretora de imóveis, trabalho aqui na Barra", e arremessa o cartão de visita no colo do compositor, por acaso. Milton vive há muitos anos em uma casa no Itanhangá, perto do Golf Club. Da janela, vê a Pedra da Gávea e a floresta da Tijuca. Diz que mora no Rio, mas tem a vista das montanhas. Ele não parece ter planos de se mudar, mas continua sorridente e intransponível enquanto Paulinho acelera e a mulher arremata com "qualquer coisa que você precisar...". Milton ainda acena, balançando o misterioso braço dos dois relógios.

Fonte: Eu & Fim de Semana - Valor.

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